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O fim de semana dengoso de quem fez cirurgia de castração.

Para a felicidade geral da nação, quem operou a galera foi a Dra Beatriz Mattes, do Adote um Gatinho. Além de saber tudo sobre gatos, essa linda atende mães de felinos desesperadas numa sexta à noite pelo Facebook. Um ser de luz, mesmo.

Sem perder a humildade

Mais um arranhão para essa vasta coleção que meus braços e barriga já ostentam, e dessa vez com fantasia e muitos compartilhamentos no Facebook.

Conheci o lindo e performático Chico Bento, o muso do Cansei de Ser Gato. Lindo e gorducho, do tipo que formaria um belo par com a minha miss plus size Amelie, ele passou por alguns colos desconhecidos com muito ronron até finalmente chegar ao meu.

Confesso que fiquei admirada com tamanha simpatia, já que minhas gatas nunca permitiriam tais intimidades e fariam uso da força bruta e do bom e velho fuzzz contra qualquer estranho que tentasse esmagá-las de amor. E foi aí que a vida me ensinou que gato é gato, famoso ou anônimo.

Amassa daqui, amassa dali, e o fofucho viu outro gato. Foi uma fração de segundo entre o ronronar, o resmungar, o pular e o dar um tapa na cara da tia chata.

Chico Bento mostrou que a fama não lhe subiu à cabeça e, embora trate os fãs com muito carinho, não perdeu a essência. Continua o mesmo Chico que a galera da vizinhança conheceu.

Muso.

Uma casa à prova de gatos

Eu sempre me perguntei que tipo de idiota precisava de um suporte para controle remoto no braço do sofá, daqueles com velcro e que você compra por telefone, depois de ver a propaganda na TV. Hoje sei que é justamente o idiota que tem gatos em casa.

Porque não me parecia fazer o menor sentido eu precisar comprar uma coisa para evitar que eu perdesse um objeto que mal sai do lugar. Era só manter o bendito no sofá e ali ele permaneceria para quando a novela acabar e eu precisar tirar correndo do jogo de futebol.

Mas então veio a Amélie, que sempre senta no controle da televisão em cima do power e no controle da Net em cima de algum botão que te leva para o Now, porque ela gosta de ver os lançamentos.

Depois vieram Mia e Olivia, enfim me ensinando a serventia do guardador de controles. Juntas, as três inventaram a brincadeira mais engraçada do mundo dos gatos de apartamento: arremesso de controle remoto. No chão, debaixo da mesa de centro, atrás do sofá. E riem de soslaio, da porta da cozinha, enquanto eu levanto as almofadas e arrasto o sofá procurando, apressada, esse tecnológico brinquedo de felinos.

Esse foi o recado divino do que eu precisava fazer. Mas eu, lerda que sou, só fui entender que é preciso adaptar a casa para a vida de gato quando Amélie resolveu fazer uma caçada noturna dentro do saco de lixo e me presentear com embalagens de frango enquanto eu dormia. Acordei coberta de lixo.

Depois disso vieram outros recados, como uma garrafa de azeite espatifada atrás do microondas e pequenas pegadas molhadas pelos lençóis, feitas por uma gata que gosta de tomar banho no box, que nem gente.

E foi assim, entre emocionantes e barulhentas surpresas, que o universo me ensinou que a casa tem que ser à prova dos felinos, seja pela segurança deles ou pela nossa tranquilidade. Perfumes, azeites e o que mais você tiver de vidro devem ficar dentro dos armários e guarda-roupas. O lixo precisa de uma lixeira. Qualquer móvel que você coloque embaixo de uma janela vai virar escada, então é melhor não usá-lo para apoiar os vasos chineses da dinastia Ming. Controles remotos e celulares são ótimos brinquedos, bem como os fios do roteador. E a vida fica mais tranquila se a televisão viver parafusada no rack. 

Não é difícil e nem precisa transformar o lar numa deprimente sala de banho e tosa. E, depois, a gente acaba gostando da sensação de chegar em casa sem morrer de medo do que vai encontrar por lá.